Resenha: O Beijo do Vencedor
Autora: Marie Rutkoski
Editora: Plataforma 21
448 páginas
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Resenha
SEM SPOILERS.
Este é o
terceiro volume da trilogia do Vencedor. Não vou me aprofundar na história para
evitar spoiler e assim como na resenha do livro anterior, vou me atentar apenas
a minhas impressões sobre este livro.
“Você não precisa ter talento com uma espada. Você é a sua própria arma.”
O aspecto
mais incrível da escrita de Marie Rutkoski é que nunca sei o que esperar de sua
história. O terceiro volume veio recheado de batalhas e muita ação, momentos
que apertaram meu coração e mexeram com minhas emoções. A autora sabe prender o
leitor na trama, com uma narrativa primorosa e personagens bem construídos.
Quando você acompanha os agradecimentos dela no final do livro, nota-se a
dedicação que a autora teve em suas pesquisas sobre guerras, estratégias e
batalhas. E o resultado disso é visível em sua trama, pois tudo é descrito de
forma muito real, Rutkoski consegue transmitir toda angústia e sofrimento que
uma guerra pode causar. Toda felicidade e alívio pela vitória, todo desespero e
aflição pela derrota.
“-Quero opções melhores.
-Então precisamos criar um mundo em que elas sejam possíveis.”
“Ela não queria ser vazia, não queria desaparecer. Queria ser inteira.”
“Às vezes, uma verdade nos oprime com
tanta força que não dá para respirar.”
“Ele a perderia se não conseguisse
confiar. Ele não confiava nela. Nem um pouco. No entanto, entendia que havia
certas coisas que se sentem e outras que se escolhem sentir, e que a escolha
não torna o sentimento menos válido.”
“Ela não era uma pessoa, na verdade, mas duas. A Kestrel de antes e de agora, uma raspando contra a outra como metades de um osso quebrado.”
Arin e
Kestrel já não são os mesmos personagens que conhecemos no primeiro livro. Os
protagonistas amadureceram durante a trama, a autora teceu sua história com
maestria, os personagens não mudam de uma hora para outra, eles lidam com
muitas adversidades e situações que sinceramente me deixavam sem fôlego.
Kestrel foi, em minha a opinião, a que mais aprendeu, fiquei impressionada com
ela, uma jovem que tinha tudo, que perde, que ganha e perde novamente, mas que
se levanta cada vez mais forte. Com uma mente brilhante e perspicaz, ela mostra
neste volume suas habilidades. Kestrel é ótima em estratégias e chegou o
momento dela de brilhar. E nem preciso falar de Arin, um personagem que tenho
profundo carinho, um verdadeiro líder, homem de honra e de MUITA CORAGEM.
“[...] tinha aprendido que a vida de uma pessoa é também a vida de outros. Um mal não é um ovo, separado e fechado em si. Ela podia dizer que entendia o mal de ignorar o mal. Podia dizer isso agora, mas a verdade era que deveria ter aprendido isso muito tempo antes.”
“Deixe para amanhã o que é de amanhã. [...] não se deve roubar os problemas do amanhã. Enfrente os de hoje.”
“[...] o perdão, que não era lama, nem pedra, mas lembrava esporos brancos flutuantes. Caíam das árvores quando estavam prontos. Suaves ao toque, mas feitos para serem soltos, a fim de que pudessem encontrar um lugar para se plantar e crescer.”
“[...] quase dava para pensar que um vaga-lume deixa de existir quando pisca, depois ganha vida, desaparece novamente e volta. Que, quando não está aceso, não está lá. Mas está.”
O romance
também esta presente na história, o amor entre eles está mais singelo e
cauteloso, porém ainda é poderoso. O leitor sente essa força pairar sobre eles,
essa paixão avassaladora, contida e esperando o momento certo. E sim tudo é
entregue na hora certa, na dose certa. Só posso
dizer que Rutkoski fechou essa trama com chave de ouro. Sentirei saudades de
Kestrel, Arin, Sarsine e Roshar. Super recomendo!
Eloise G.F
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