[Resenha] Orgulho e Preconceito



Orgulho e Preconceito
Autora: Jane Austen
Editora: Martin Claret
234 páginas

*Edição especial que reúne três romances da autora: ‘Razão e Sensibilidade’, ‘Orgulho e Preconceito’ e ‘Persuasão’.

Um dos clássicos mais populares da literatura inglesa. Orgulho e Preconceito relata a história da família Bennet composta pelo Sr. Bennet, um pai tranquilo e um pouco negligente; Sra. Bennet, uma mãe tagarela, ignorante e que está louca para ver suas filhas casadas; e as Srtas. Bennet, cinco filhas  de personalidades distintas.



A história gira em torno, em especial,  da vida das duas irmãs mais velhas, Jane  e Elizabeth (Lizzy), sendo a última a protagonista do romance. Mesmo sendo uma história narrada em terceira pessoa, é através dos olhos de Lizzy que compreendemos os acontecimentos e também acompanhamos seus julgamentos referente as pessoas e situações que a rondam.

“É verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro e muito rico precisa de esposa.”

“Não havia dúvida sobre seu caráter. Era o mais orgulhoso e desagradável homem do mundo, e todos esperavam que nunca mais aparecesse por ali.” 

“É suportável, mas não bonita o bastante para me animar; não estou com paciência no momento para dar atenção a mocinhas que foram desdenhadas por outros homens.”

A história tem início com a chegada do Sr. Bingley numa propriedade chamada Netherfield, próxima a casa dos Bennet. É um jovem atencioso, rico, extremamente simpático e sociável. Ele acaba se encantando por Jane Bennet e os dois se apaixonam perdidamente um pelo outro, porém há diversas interferências que atrapalham o andamento do romance deste casal, como a mãe de Jane, que sempre fala demais e causa momentos constrangedores, e a irmã de Bingley e seu amigo Darcy, que desaprovam o relacionamento. Diante de tais circunstâncias, Sr. Bingley parte para Londres sem muitas justificativas ou promessas de retorno, e deixa o coração de Jane partido e Lizzy extremamente triste pela irmã.


“Há tanta gratidão ou vaidade em quase todos os relacionamentos amorosos, que não é seguro deixar nenhum deles entregue a si mesmo. Todos podemos começar espontaneamente (uma ligeira preferência é muito natural ); mas poucos de nós somos corajosos o suficiente para nos apaixonarmos de verdade sem um incentivo.”




“-Ah!- disse Elizabeth- Eu ouvi o que disse, mas não consegui decidir logo o que dizer em resposta. O senhor gostaria, eu sei, que eu dissesse ‘Sim’, para ter o prazer de desprezar o meu gosto; mas eu sempre adorei desarmar esse tipo de armadilha e confundir aqueles que premeditam o desprezo. Resolvi, portanto, dizer-lhe que não quero dançar absolutamente um reel... E agora ouse desprezar-me!”


Lizzy é bem firme no que diz respeito a sua opinião, tanto sobre as pessoas como também sobre a forma de vida da sociedade. Ao contrário de sua irmã Jane, que sempre busca observar o lado bom das pessoas para justificar suas atitudes, Lizzy tem seu ponto de vista imutável, principalmente ao que se refere ao Sr. Darcy, a pessoa pela qual ela nutre uma enorme antipatia desde o dia que o conheceu, um sujeito orgulhoso e muito desagradável. Entretanto, nem tudo que Elizabeth julga certo ou errado é o que parece ser, ela também erra em seus julgamentos, e vai descobrindo as coisas aos poucos e se surpreendendo diante de fatos que ela jamais esperava, como por exemplo o amor que o  Sr. Darcy sente por ela.

“Vaidade e orgulho são coisas diferentes, embora sejam palavras usadas muitas vezes como sinônimos. A pessoa pode ser orgulhosa sem ser vaidosa. O orgulho está mais ligado à opinião que temos de nós mesmos, e a vaidade, ao que os outros pensam de nós.”

“A capacidade de fazer qualquer coisa com rapidez é sempre muito prezada por quem a possui, e não raro sem qualquer atenção à imperfeição do desempenho.” 



“[...] Loucuras e bobagens, caprichos e incoerências são coisas que me divertem, sim, eu confesso, e rio delas sempre que posso. Mas suponho que estas sejam precisamente as coisas de que você carece — Talvez ninguém consiga isso. Tem sido, porém, o objetivo da minha vida evitar essas fraquezas, que muitas vezes expõem ao ridículo as mais amplas inteligências.
— Como a vaidade e o orgulho.
— Sim, a vaidade é sem dúvida uma fraqueza. Mas o orgulho... Onde houver uma autêntica superioridade mental, o orgulho sempre terá os seus direitos.
Elizabeth virou-se para esconder um sorriso.”

“[...] Posso compreender que você tenha aos poucos se encantado, uma vez nascido o sentimento; mas como ele começou?
 — Não sei determinar a hora, o lugar ou o olhar, ou as palavras que lançaram os fundamentos. Faz muito tempo. Já estava no meio quando percebi que tinha começado.”


“Garanto que não há nada mais divertido do que ler. Tudo cansa, menos um livro! Quando tiver a minha própria casa, não serei feliz  até ter uma excelente biblioteca.”

“Longe de mim, minha querida irmã, desprezar tais diversões! Elas, sem dúvida, seriam congeniais à generalidade das mentes femininas. Mas confesso que não teriam atrativos para mim... Eu preferiria infinitas vezes mais um livro.” 

A história é ambientada no século XIX, cujo cenário é a Inglaterra rural. O que eu mais gosto nessa obra é que ela é o retrato fiel do mundo social que a autora vivia. É um romance encantador, repleto de reviravoltas, com personagens bem estruturados e autênticos, e diálogos inteligentes e divertidos. Quando conhecemos alguém temos a tendência de julgar seus atos e formar uma opinião a respeito da pessoa, essa obra nos faz refletir que a primeira impressão realmente não é tudo, principalmente no que diz respeito ao encantador e orgulhoso Sr. Darcy. (risos) 

“[...] Gostaria de saber quem foi o primeiro a descobrir a eficácia da poesia em acabar com o amor!
 — Eu costumo considerar a poesia o alimento do amor. - disse Darcy.
— É até possível, se se tratar de um grande amor, forte e saudável. Tudo serve de alimento para o que já é robusto. Mas, se for só uma inclinação fraquinha e mirrada, estou convencida de que um bom soneto acaba de uma vez com ela.”



“-Ah!- disse Elizabeth- Eu ouvi o que disse, mas não consegui decidir logo o que dizer em resposta. O senhor gostaria, eu sei, que eu dissesse ‘Sim’, para ter o prazer de desprezar o meu gosto; mas eu sempre adorei desarmar esse tipo de armadilha e confundir aqueles que premeditam o desprezo. Resolvi, portanto, dizer-lhe que não quero dançar absolutamente um reel... E agora ouse desprezar-me!”

Existem algumas adaptações cinematográficas dessa obra, uma delas é o filme de 2005, mas sinto informar que o filme não me cativou como esperava, contudo ele é bem famoso e tem a fofa da Keira Knightley no elenco. É notável que buscaram ser fiéis a obra, porém a passagem de tempo e cortes do filme não me agradaram. Mas acredito que o que mais me incomodou foi a interpretação do Sr Darcy e Sr. Bingley, os atores não me convenceram, principalmente o último. Recentemente assisti o filme Orgulho e Preconceito e Zumbis e fiquei pasma como eles retrataram tão bem o universo de Jane Austen mesclando o romance com zumbis, achei o filme muito divertido. Mas nada, nada, até o momento superou - em minha opinião pra mim- a série produzida em 1995 pela BBC, Colin Firth ficou impecável de Sr. Darcy, vale muito a pena assistir. Também existe o filme de 1940, que ainda não assisti, mas que já está na minha lista. (risos)

**Amo demais esses dois momentos que separei abaixo do romance:

“Tentei lutar, mas em vão. Não consigo mais. Não posso reprimir meus sentimentos. A senhorita tem de me permitir dizer com quanto ardor eu a admiro e a amo.”

“Estavam a vinte jardas um do outro, e foi tão repentino o seu aparecimento, que foi impossível evitar que ele os visse. Seus olhares imediatamente se cruzaram, e as faces  dos dois logo enrubesceram intensamente. Ele estremeceu e por um momento permaneceu paralisado pela surpresa; mas, logo se recompondo, avançou na direção dos três e falou com Elizabeth, senão com perfeita serenidade, pelo menos com perfeita cortesia.” 

Se você nunca leu Jane Austen e ama romances, tá aí uma ótima leitura para se deliciar. Ela com certeza é uma das melhores, senão a melhor. Super Recomendo!!!



Eloise G.F

2 comentários

  1. Fotos lindas, como sempre!!! Eu simplesmente amo essa edição de Luxo, sonho de consumo ♥♥
    Meu primeiro contato com a história de Orgulho e Preconceito foi através do filme, que eu AMEI! Até hoje é um dos meus preferidos. Logo depois ganhei o livro de um amigo, que tinha mais de uma edição. Adoro a escrita da Jane e quero reler Orgulho e Preconceito, assim como Persuasão, pois foram os únicos que li da autora, mas há alguns anos atrás. Então, gostaria de lê-los com a visão que tenho hoje, tanto da literatura quanto do mundo.
    Abraço!

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    1. Leia mesmo, é ótimo reler algo que amamos, enxergamos as coisas com outros olhos. Obrigada por gostar das fotos!!! <3 E te indico assistir a série de TV, que apesar de antiga, é maravilhosa!!!!

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