Uma Noite Como Esta
Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
272 páginas
*Esta resenha não possui spoilers deste livro ou dos volumes anteriores.*
*Esta resenha não possui spoilers deste livro ou dos volumes anteriores.*
No segundo volume da série temos como personagem
principal um elemento masculino da família: Daniel Smythe-Smith, o irmão mais
velho de Honoria (personagem central do volume um da série: Simplesmente O Paraíso), conhecido como conde de Winstead, visconde Streathermore e barão de
Touchton de Stroke. Contudo, apesar de todos esses títulos, Daniel é um homem
que corre muito perigo, pelo menos é isso que ele acredita após ser ameaçado de
morte pelo pai de um de seus bons amigos. Daniel sofreu muitas consequências
devido ao desentendimento que teve com Hugh Prentice tendo que fugir e se
exilar na Itália. Porém, ao receber a visita do próprio Hugh, garantindo-lhe
que tudo ficaria bem e que todo problema estavano passado, Daniel resolve
retornar a Inglaterra para assumir suas responsabilidades como chefe da
família.
“Ela levantou os olhos. O tempo
parou. Simplesmente parou. Era o modo mais piegas e clichê de descrever, mas
aqueles poucos segundos em que o rosto dela se ergueu na direção
dele...pareceram se esticar e se estender, dissolvendo-se na eternidade.” – pg.
24
Em seu retorno o conde se depara com a governanta
Anne Wynter, uma jovem encantadora que chama sua atenção desde o primeiro
momento em que a vê. Anne é uma mulher muito misteriosa, não fala sobre seu passado
e guarda muitos segredos, porém isso faz com que Daniel fique ainda mais
interessado em sua pessoa. A governanta trabalha para tia de Daniel, Lady
Pleinsworth, com intuito de instruir suas três filhas mais novas: Harriet,
Elizabeth e Frances. Anne sabe que não pode de maneira nenhuma se envolver com
Daniel, pois isso resultaria na perda de seu emprego, porém Lorde Wisntead é um
homem extremamente determinado e apaixonado e faz o possível e impossível para
estar ao lado da linda governanta, dificultando o lado de Anne de analisar a
situação de forma sensata, que acaba se entregando cada vez mais a voz de seu
coração.
“Quando a senhorita entra em um
cômodo- comentou ele, baixinho- o ar se altera.”- pg. 36
Daniel e Anne são muito parecidos, principalmente
por terem um passado sombrio que ainda reflete no presente deles. O romance
entre os dois acontece de maneira bem natural, é praticamente amor à primeira
vista. O maior obstáculo entre eles deveria ser a diferença social, porém, mal sabe Daniel que
os segredos que Anne guarda sobre sua vida comprometem muito mais sua imagem do
que o fato de ser apenas uma governanta. É notável, desde o princípio, que a
diferença de classe não perturba Daniel, afinal não é nada que ele não possa
resolver, pois é praticamente ele que toma as rédeas de sua vida, portanto, ao
meu ver, esse ponto acaba não sendo o conflito principal do romance.
“-O que então significa ser um Smythe-Smith?
Ele
suspirou, de um modo talvez um pouco dramático demais.
-Acho
que estamos fadados a apresentar o mesmo concerto até a eternidade...”- pg. 58
Considero Anne uma personagem extremamente forte
que suportou e passou por muitas dificuldades devido a um equívoco e erro que
cometeu quando ainda era muito jovem e imatura, todavia ela acaba sendo uma
personagem muito densa e sofrida, ela é corajosa para seguir em frente, porém
insegura para confrontar o seu passado. O relacionamento entre o casal não me
encantou tanto como gostaria, não me entendam mal, eles são muito fofos e apaixonados,
porém senti falta do toque divertido característico das outras obras da autora.
Daniel é o tipo de personagem que consegue ser sedutor e ao mesmo tempo
romântico, é lindo e notável a forma que ele se preocupa com Anne. Ele é realmente encantador, mas
não foi pra minha lista de mocinhos que me fazem suspirar – sorry Daniel.
“[...]
Anne não tinha ideia de como descrever, a não ser dizendo que ele era um bom
homem, um homem honrado que sabia discernir o certo do errado, e não importava
quão travessos seus sorrisos fossem...Ela sabia que ele não a magoaria.” – pg.
132
“[...]
Daniel a fitou do outro lado da mesa e não foi sua beleza que viu. Foi seu
coração. Sua alma. E teve a profunda sensação de que sua vida nunca mais seria
a mesma.”- pg. 150
Contudo, um ponto que amei no livro é que a
história não aborda apenas o romance em si, mas também envolve mistérios e
conflitos, o que rende muitas cenas de ação a trama. O segundo volume da série
não tem como foco o recital, mas sim outro “talento” que a família Smythe-Smith
possui que é atuar. Harriet é uma dramaturga e escreve terríveis e absurdas
peças de teatro com direito a unicórnios e tudo mais, e suas irmãs acabam
participando e se envolvendo nos ensaios e apresentações, acredito que Frances
chega ser a mais animada, afinal não há nada que ela ame mais do que um unicórnio. Inclusive, no sétimo
livro da série Os Bridgertons, Hyancith vai assistir a uma dessas peças de
teatro encenadas por Harriet.
“Uma
vez me disseram que a parte mais importante de uma briga é se certificar de que
seu oponente esteja pior do que você no final”- pg. 220
Assim como todos os livros da autora, o romance
apresenta uma leitura agradável, personagens plausíveis e um conteúdo que te
prende do início ao fim. Já falei disso por aqui e repito, acho incrível o fato
de Julia Quinn abordar diversos tipos de amor num mesmo gênero sem repetir a
mesma receita. Já li outros livros da autora que abrangem uma situação similar
de uma união feita por classe social diferente, porém a forma que o assunto é abordado e o jeito que
os personagens lidam com os assuntos acabam sendo diferentes de uma história
para outra, e acho isso muito bacana. O segundo volume da série é um livro
agradável, com um romance sedutor repleto de segredos e ação. Recomendo!
Eloise G.F
Leia também as resenhas dos outros livros da série:
Olá!!
ResponderExcluirO que me chamou a atenção primeiramente foi o fato de a mocinha não ser da nobreza ou classe abastada. Adoro, quando a(o) protagonistao(o) tem uma origem diferente, um trabalho distinto, algo assim, é um elemento diferente no romance. Tipo aquela série da Lisa Kleypas, que tem ciganos como personagens principais (quero muito ler essa série tb!). Agora voltando kkkk gostei dessa questão e também do mistério que você citou, acho que é um elemnto que torna a leitura mais envolvente.
Pensei que o quarteto ia ser formado só por mulheres, mas temos um Smythe-Smith homem! Achei legal!
Percebi que esse não foi dos seus favoritos, mas que ainda assim gostou da leitura, não é?
Bj!!
http://bloghistoriasliterarias.blogspot.com.br/
Oi Cailes,
ExcluirSim todos os pontos que você pontuou eu gostei da história. É uma leitura muito agradável, só não dei nota máxima porque não me apeguei muito ao casal (alguns detalhes me incomodaram), porém é uma trama muito bem construída e tem muitos momentos que vale a pena conferir.
Bjusss!!!<3