[Resenha] Os Homens que Não Amavam as Mulheres

Resenha: Os Homens que Não Amavam as Mulheres

Autor: Stieg Larsson

Editora: Companhia das Letras

528 páginas

O primeiro contato que tive com essa obra foi com a sua adaptação cinematográfica sueca. Apesar de ter amado o filme, eu sempre achei que a leitura desse livro seria maçante, pois sabia que abordaria algumas questões políticas e falaria sobre aspectos da sociedade sueca, então isso sempre fez eu postergar a leitura, mas mal sabia eu como estava enganada.

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Na Suécia, 18% das mulheres foram ameaçadas por um homem pelo menos uma vez na vida; 46% sofreram violência de um homem;13% foram vítimas de violências sexuais cometidas fora de uma relação sexual; 92% sofreram violências sexuais após uma agressão e não apresentaram queixa à polícia. (Estatística presente no livro)

Este livro é o primeiro volume da série Millennium e sua trama gira em torno da vida do jornalista Mikael Blomkvist que começa a trabalhar em uma pesquisa investigativa para Henrik Vanger após ter sua carreira derrubada por uma “falsa” acusação. Henrik é o patriarca da família, um senhor de idade que tem como principal objetivo desvendar o que aconteceu com Harriet Vanger, sua sobrinha neta, que sumiu misteriosamente, há quase quarenta anos atrás. Mikael aceita a trabalhar para Vanger em troca de ter sua carreira restaurada e passa uma temporada na ilha fictícia de Hedestad, na Suécia, local que mora a família Vanger e o último lugar que Harriet foi vista. Além de Blomkvist, também temos uma personagem extremamente interessante chamada Lisbeth Salander, uma hacker, com uma aparência excêntrica e um comportamento antissocial.

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Acompanhamos os pontos de vista tanto de Lisbeth como de Mikael até o momento que suas vidas se esbarram. Através dos olhos da jovem hacker, Larsson nos mostra questões importantes como abuso e violência sexual contra as mulheres, e sob a perspectiva do jornalista somos conduzidos a um mundo repleto de corrupção e invasão de privacidade. Apesar dos vários temas relevantes levantados na leitura, o foco principal da história é o mistério que gira em torno do sumiço de Harriet, ou seria assassinato? Ao contrário do que eu pensei, este  livro está longe de ser maçante. Sim, é um livro grande, porém com uma leitura fluida e de tirar o fôlego. O leitor anseia por respostas e mergulha ao lado de Blomkvist e Salander numa teia de enigmas que envolve uma família mentirosa e manipuladora.

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“Tive vários inimigos ao longo dos anos e aprendi uma coisa: não aceitar o combate quando é certo que se vai perder. Em compensação, jamis dê folga a quem o demoliu. Seja paciente e responda quando estiver em posição de força, mesmo que não haja mais necessidade de responder.” 

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Eu amo demais a adaptação cinematográfica sueca desta obra, é um filme maravilhoso, mas claro que o livro me ganhou em dobro, pois através dele pude mergulhar melhor nessa história, compreender alguns aspectos políticos de forma mais detalhada e conhecer de uma maneira mais profunda seus personagens, principalmente Lisbeth. Com certeza pretendo ler os outros livros da série. Essa é uma leitura fascinante e intrigante que recomendo a todos fãs de mistério e thriller policial.

Eloise G.F