Resenha: O Último dos Canalhas


O Último dos Canalhas
Autora: Loretta Chase
Editora: Arqueiro
304 páginas

Durante várias gerações, os Mallorys eram vistos como canalhas notórios de nascença. Isso porque eram homens devassos, entregues a luxúria, perversos e encrenqueiros. Entretanto, com o passar do anos eles se tornaram mais, digamos assim, civilizados. Claro que em toda família tem sua exceção e nesse caso temos Vere Alywin Mallory, considerado o último canalha da família e o atual duque de Ainswood.


Vere é um verdadeiro devasso, não liga pro seu título e não se preocupa de se comportar ou estar apresentável como um nobre. Seu nome sempre está envolvido em fofocas e é considerado uma vergonha para alguns de seus familiares. Mallory aprontava desde jovem, quando estudava em Eton e era parceiro de crimes ao lado de Sebastian Ballister, conhecido como Lorde Belzebu (protagonista do livro “O Príncipe dos Canalhas) e do visconde de Wardell. A maioria dos membros da família Mallory morre muito cedo, por isso Vere presenciou diversos funerais, inclusive de algumas pessoas que ele considerava e amava muito, e é devido a essas perdas que ele acabou se tornando duque, depois de presenciar vários enterros, era a vez dele assumir o maldito título.

“No mundo real, adulto, era mais fácil encontrar unicórnios do que príncipes encantados.” - pg. 41.

Em meio a sua vida de perversão, Vere acaba se esbarrando com a jornalista destemida Lydia Grenville. O primeiro encontro entre os dois não foi nada romântico, na verdade foi uma enorme confusão, cujo desfecho é um Mallory caído no chão, nocauteado pela jornalista. Essa cena teve repercussão por toda Londres e Vere foi alvo de chacota e fofocas por toda sociedade.

“No mundo real, um duque- a coisa mais próxima de um príncipe- não se incomodava nem de levar a bruxa mais maligna para masmorra onde era seu lugar de direito.” - pg. 41.


Lydia é uma mulher forte, com língua afiada e muito ousada. Trabalha na redação da revista Argus e suas reportagens tem como foco central o sofrimento das jovens meretrizes de Londres. A jornalista está em uma batalha constante contra a prostituição de jovens (a grande maioria menores de 16 anos) e seu principal alvo é Coralie Bress, uma das piores cafetinas da região. Seu foco principal, até então, era o seu trabalho, mas desde que conheceu o devasso Mallory, seus pensamentos ficaram turbulentos. O duque também não a esquecera, e planejava uma vingança, queria atingir aquela mulher custe o que custar  e a melhor forma de conseguir isso era manchando a sua reputação.

“No mundo real, nenhum beijo poderia transformar uma solteirona convicta em uma menina de olhos sonhadores.”- pg. 41.


A partir daí os encontros  entre Vere e Lydia se tornam cada vez mais interessantes, sedutores e divertidos. São duas pessoas de temperamentos fortes, com línguas afiadas, que se confrontam e competem entre si o tempo todo, mas ao mesmo tempo apresentam uma forte e ardente atração um pelo outro. Um dos pontos mais cômicos do romance, são as brigas entre Vere e Lydia, sem falar nos inúmeros apelidos que ele cria para jornalista: “Srta. Estrela Guia da Civilização”, “Srta. Maldita Grenville”, “Srta. Nêmesis”, “Mulher Dragão” e estes são só alguns exemplos. 


Loretta conduz o leitor pra uma trama divertida, recheada de cenas cômicas. Suas mocinhas não são damas da nobreza, ela retrata mulheres fortes, decididas e muitas vezes avançadas para sua época (até mesmo as personagens que apresentam sangue nobre, seguem essas características e acabam fugindo dos padrões  impostos pela sociedade).  Entretanto, a autora também aborda, com muita intensidade, as dificuldades, sofrimentos e lados obscuros dos personagens. Na trama, é abordado temas como nascimento de filhos fora do matrimônio, bastardos que, na maioria das vezes, são rejeitados, ou sobre o rapto de jovens que acabam sendo levadas para prostituição. A autora discute situações mais intensas, ela não apresenta apenas o “conto de fadas”, mas também o que seria o lado negro da história. Eu senti a mesma a coisa ao ler “O Príncipe dos Canalhas”. Isso é um dos pontos que eu mais gosto de sua narrativa, Loretta consegue transmitir todas essas situações e ainda manter a história divertida e emocionante.


Este livro faz parte da série Scoundrels (Canalhas), porém essa série não apresenta uma sequência de fato e por isso que aqui no Brasil a Arqueiro não está seguindo a ordem que foi lançada no exterior. A própria autora em seu site diz que não planejava criar uma série, porém ao desenvolver essas tramas ela foi inserindo personagens que eram familiares ou conhecidos no universo desses livros criando uma certa ligação, sendo personagens principais ou não, e tantas pessoas denominaram esses livros como a série Scoundrels que ficou sendo uma série desde então. Mesmo não sendo uma sequência, acho interessante ler “O Príncipe dos Canalhas” antes de ler “O Último dos Canalhas”, pois  muitas referências que são comentadas no segundo,  estão no primeiro.

O Último dos Canalhas” é o último volume da série Scoundrels e acredito que a Arqueiro não tem previsão para publicar, até então, os outros volumes vinculados a essa “série”. No momento a editora iniciou a publicação da série As Modistas da autora, cujo primeiro volume é o livro “Sedução da Seda”.  Tanto “O Príncipe dos Canalhas” (confira a resenha AQUI) como “O Último dos Canalhas” apresentam uma leitura divertida, fluida e sedutora, mas confesso que fiquei mais apaixonada pela história de Vere e Lydia. São livros que, definitivamente, valem a pena ler!


Eloise G.F

3 comentários

  1. Ooi! Lendo a sua resenha, já vou dar mais valor ao livro :) Eu tinha baixado, mas quando fui tentar ler, não consegui me envolver direito. Tem, realmente, referências sobre este outro livro (e que vou ler primeiro, seguindo seu conselho!) e por isso fiquei confusa. Não vou ler em PDF, porque não sei se confio nessas traduções rs Vou ver se compro os dois!
    Parabéns pela resenha e pelas fotografias ❤

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    1. Oiii Ruhh, quando der leia sim!!! São livros bem divertidos. É um divertido diferente dos Bridgertons, mas é bem legal. Dos dois preferi "O Último dos Canalhas", mas "O Príncipe dos Canalhas" também é muito muito bom, e claro, é bom que você não se perde nas referências do outro livro. Espero que goste <3 Bjooos!

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    2. E obrigada pelo feedback!!!!! <3<3<3<3

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