Histórias
Extraordinárias
Autor: Edgar
Allan Poe
Editora: Abril
436 páginas
Em 1848, Contos do Grotesco e do Arabesco, foi publicado na França como
Histórias Extraordinárias, por Baudelaire. Foi originalmente publicado em dois
volumes e consiste em 52 contos. A edição da Abril apresenta apenas 16 contos,
essa resenha foi dividida em duas partes, sendo esta a segunda. Foi abordado os
contos: “A Queda da Casa de Usher” e “O Gato Preto” na
parte I (AQUI), “Manuscrito Encontrado Numa Garrafa” e “Os
Crimes da Rua Morgue” na parte II.
Manuscrito Encontrado Numa Garrafa: O
conto é relatado por um narrador anônimo (que também é protagonista da trama), ex-negociante
de antiguidades que já viajou, durante anos, por várias terras estrangeiras.
Com intuito de navegar, desta vez, como um mero passageiro em busca de um
passeio, ele decide embarcar no porto de Batávia, na ilha de Java, para
conhecer as ilhas do arquipélago. O narrador relata sua terrível experiência por
estes mares e os estranhos acontecimentos que o cercam.
O navio que se encontrava é atingido por uma imensa
tempestade que acaba matando todos os tripulantes, exceto o próprio narrador e
um velho sueco. O navio, já danificado, adentra em um estranho redemoinho e é
levado pelo mar para direção sul. Todavia, isso é apenas o começo, o navio se
choca com uma enorme embarcação e acaba naufragando, o narrador consegue entrar
nesse gigantesco e pesado navio, sendo esta sua única oportunidade de se
salvar. O foco principal do conto se concentra nessa nova e estranha embarcação,
cuja tripulação é medonha e assustadora.
O narrador relata que os tripulantes,-
assim como todos os instrumentos, materiais e o próprio navio- são bem velhos.
Eles conversam através de sussurros, não percebem sua presença e não se
preocupam com a tempestade que os envolvem. Essa tripulação fantasma, que
parece viver numa outra dimensão, sugere um aspecto sobrenatural ao conto, o
que gera dúvidas se o narrador está morto ou não ao entrar na estranha e
assustadora embarcação.
“Os membros da
tripulação andam de um lado para outro como fantasmas de séculos extintos
[...]”- pg. 80.
A sensação de que algo ruim irá acontecer está
presente desde o ínicio de seu relato, quando o narrador explica que ao
embarcar como simples passageiro não havia nada que o induzisse senão uma inquietude nervosa que o perseguia como
um demônio.
Há fortes interrogações nesse conto que é carregado
de mistérios sem respostas. Assim como outros contos do Poe, a história
apresenta uma atmosfera tenebrosa e sombria, principalmente na parte que
refere-se ao enorme e misterioso navio.
Os Crimes da Rua Morgue - também conhecido como "Os Assassinatos da Rua Morgue", é um conto
que relata a história de dois terríveis e violentos homicídios que aconteceram
em uma madrugada na Rua Morgue, em Paris. Além de brutais, os crimes foram
executados com extrema maestria, pois a polícia não encontra nenhuma pista de
quem possa ser o assassino, por onde ele possa ter fugido ou o motivo de tal
atrocidade.
O conto inicia-se com o relato de um narrador, que
antes de iniciar sua história, descreve brevemente características de uma
pessoa analista. Para explicar sua teoria apresenta as diferenças entre alguns
jogos de raciocínio, como o xadrez, a dama e o whist. Ele explica que no xadrez
quem ganha é o homem mais atento e não o mais perspicaz, devido a complexidade
do jogo e suas diversas regras, já nas damas, os movimentos são únicos e tem
pouca variação, ou seja, diminui as probabilidades de descuido e permite ao
jogador obter vantagens através de uma perspicácia superior. Mas é no jogo do
whist, que define o jogador a ser o melhor analista, aquele que faz em
silêncio, um grande número de observações e deduções, e em decorrência disso,
depois de duas ou três jogadas, conhece perfeitamente o jogo de todos os
envolvidos como se suas cartas estivessem voltadas para ele.
Essa análise que o narrador emprega está totalmente
relacionada com o modo de agir e pensar de seu amigo e companheiro, C. Auguste
Dupin. Um cavalheiro que o narrador conhece e convive em Paris, que apresenta
uma exímia perícia em análise. O conflito do conto se inicia quando os crimes
são anunciados pelo jornal. Há várias testemunhas e relatos que divergem,
é um caso considerado insolúvel para a polícia local. Nesse momento, Dupin
resolve olhar este caso mais de perto, e conseguindo autorização, examina e
verifica o local do crime e suas vítimas, e através de suas observações,
análises e inferências desvenda o caso com louvor.
“Aí está o
defeito de ser demasiadamente profundo. A verdade nem sempre se encontra no
fundo do poço. Na realidade, creio que aquilo que mais importa conhecer, é
invariavelmente, superficial.”- pg. 129
Dupin, apesar de pouco conhecido, é considerado o
precursor de Sherlock Holmes. Além de Os Crimes da Rua Morgue, o personagem
também aparece nos seguintes contos: "O Mistério de Marie Roget" e "A Carta
Roubada" (ambos os contos também se encontram nessa edição da Abril). Eu me
surpreendi bastante com este conto, os crimes relatados são extremamente
violentos e brutais, o desfecho também é impressionante, várias coisas passaram pela minha cabeça enquanto Dupin, aos poucos, esclarecia os acontecimentos e fatos que tinham passado despercebidos pela polícia.
Leia também: Dicas da Eloise- Livros de Detetive
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Os contos de Poe, assim como qualquer outro conto,
são histórias narradas de forma breve, concisa e gira em torno de um único conflito.
Entretanto, mesmo que seja uma trama curta, ela te prende e te envolve do início ao fim.
Desperta no leitor sentimentos como medo, raiva, indignação e aflição. Pra quem curte mistérios e histórias macabras, os contos de Edgar Allan Poe são os melhores. Super recomendo!
Eloise G.F
Esqueci de falar no outro comentário: suas fotos são lindas!!! Mais uma vez o dia foi sal... assustado por Edgar A. Poe, brincadeiras a parte, a continuação da resenha está perfeita! Sem sombra de dúvidas, irei ler esse livro de contos! E depois de saber que são rápidos e rasteiros, me interessei mais ainda!
ResponderExcluirSim o legal é que são histórias curtas, mas que te entretém do início ao fim. Obrigada pelo elogio, fico feliz por ter gostado das fotos!!! <3
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