Resenha: Um Beijo Inesquecível


Um Beijo Inesquecível - série Os Bridgertons - vol 7
Autora: Julia Quinn
Editora Arqueiro
271 páginas

Hyacinth¹ é a caçula da família Bridgerton, uma jovem de personalidade forte, extremamente inteligente, espirituosa, comunicativa e que adora um bom debate, principalmente quando sua palavra é a final. Conhece todo mundo, ou pelo menos sabe sobre a vida de todo mundo, seja um escândalo ou algumas intrigas, sempre está antenada ao que acontece na sociedade londrina. Entretanto, devido a sua personalidade forte, ela acaba por afastar os pretendentes, ao invés de atraí-los. Acho ela muito semelhante a Eloise em alguns pontos , principalmente no que se trata  de curiosidades, desvendar mistérios, falar e se arriscar. Mas em caso de se aventurar, achei Hyancinth muito, mas muito mais ousada. Ela foi uma personagem que  esteve presente desde o primeiro livro, e por ser justamente  a mais nova, eu sempre notei que ela era muito protegida e privada de vivenciar certos acontecimentos com seus irmãos/irmãs, e pude entender melhor isso ao ler este volume. Entretanto, sempre ficou evidente sobre sua personalidade forte e ao mesmo tempo cativante- e pra mim estava, mais do que claro, que ela ia dar trabalho.
“Não sei como você faz isso Hyacinth...Apesar de ser irritante, sempre consegue ser encantadora”- pg. 17




“Apesar de meus modos insuportáveis, eu sou a essência da bondade e da amabilidade.”- pg. 17

Toda terça-feira Hyacinth visitava Lady Danbury, aquela senhora intrometida e franca que aparece nos volumes anteriores, fazendo qualquer um fugir de sua presença para não ter que ouvir suas indiretas (risos). Hyacinth a visitava por vontade própria, pois adorava aquela velha rabugenta -que eu também  adoro, a propósito, risos-, e passava sua tarde conversando com ela e lendo um livro, cujo enredo era um tanto excêntrico, chamado Srta. Butterworth e o Barão Louco² . As duas, apesar da enorme diferença de idade, são muito semelhantes, no quesito personalidade, e possuem muitas coisas em comum e uma dessas coisas, na verdade acabou sendo uma pessoa (risos) chamado Gareth.



Gareth é o neto preferido de Lady Danbury. Um rapaz libertino é claro- e também muito rebelde. Ele nunca foi amado pelo seu pai, e não sabe o que é ter uma família, com exceção, de sua avó. Se não fosse por Lady D., ele não teria nem um teto para morar, pois depois da última grande discussão com seu pai, fora expulso de casa. Seu pai sempre o desprezou e isso fez com que ele fizesse tudo o que o pai menos gostava, ou seja, amava contradizê-lo. Portanto Gareth não possuía uma boa reputação perante a sociedade.

“Havia algo de contagioso nos sorrisos de Hyacinth, algo que forçava  os seus acompanhantes a pararem o que estavam fazendo, até mesmo o que estavam pensando para, simplesmente, retribuírem.”- pg.85

Hyacinth conhecia bem a reputação de Gareth, e estava a disposta a não se interessar por ele, porém sempre que ele estava por perto,  não se sentia ela mesma, e isso a incomodava. Eles começam a se aproximar, de fato, quando ele precisa de traduzir um diário de sua avó paterna, que está em italiano, e como Hyacinth conhece razoavelmente esta língua, se dispõe a ajudar. Entretanto, para surpresa dos dois, o diário revela mais do que esperavam: Diamantes Escondidos. Mas estes, provavelmente estariam escondidos na casa do pai de Gareth,-um lugar que o jovem já estava proibido de ir-, portanto, os dois teriam que se arriscar e procurar furtivamente os tais diamantes. 


É nessa busca por tesouro que os dois se aventuram e também se envolvem. Porém, o péssimo relacionamento de Gareth com o pai- e alguns segredos de família- acabam por atrapalhar o relacionamento entre os dois, tanto que de princípio os motivos e sentimentos que moviam Gareth a ela não eram cem por cento corretos e leais, pois tudo girava em torno de provocar o pai- e isso me incomodou bastante e a Hyacinth também, é claro.
“Ela o queria. Talvez não o compreendesse, talvez não soubesse o que fazer com aquilo, mas o queria. E aquilo o fez sentir-se como um rei.”-pg. 97
Um ponto que eu amo em todas as histórias é o relacionamento de Violet com seus filhos e o carinho lindo que ela tem por eles. E sinceramente com Hyancith eu achei ainda mais forte, não porque Violet a ame mais do que os outros filhos, mas tem sim um toque especial e sem falar que as conversas entre elas são mais abertas e sinceras, sem muito rodeios. Possuem um relacionamento agradável, lindo e divertido.
“Eu precisaria ser tudo pra você. Suponho que também precisaria ser tudo para os seus irmãos, mas de alguma forma, era diferente.”- pg. 62
Na verdade, só de ver a casa ficando cada vez mais vazia, me deu um aperto no coração. Pra quem acompanha a série desde o início talvez entenda o que eu estou sentindo, mas nada de chororô ainda, pois temos o oitavo volume com  nosso querido Gregory que logo logo terá resenha aqui no blog (risos). Falando em Gregory, o leitor conhece ainda mais a respeito dele nesse volume, pois assim como Hyacinth, ele é  o mais novo (segundo mais novo) e o mais afastado do resto da família em termos de idade. Mas por ser mais velho que Hyacinth, ele acaba por agir como o irmão mais velho implicante que vive para irritá-la. Os dois agem como uma dupla desde os primeiros volumes quando retratados como crianças e pregavam peças um no outro até o momento que viram adultos, porém utilizando alfinetas e implicâncias –um pouco- menos infantis.
“Nada como a própria família para nos fazer sentir que nunca crescemos.”- pg. 138
O romance entre Hyancith e Gareth é divertido, aventureiro e misterioso, recheado de segredos e caça ao tesouro. Inclusive, fiquei extremamente feliz por ter o segundo epílogo no livro The Bridgertons Happily Ever After (que é um livro que a autora inseriu segundos epílogos de todos volumes e de bônus uma história da Violet, o livro será lançado pela Editora Arqueiro ainda este ano), pois não ia me contentar somente com o desfecho deste livro- não é ruim, mas me deixou desesperada (risos). Apesar que, eu realmente fiquei com vontade de ter mais um pouco desse casal na história, claro que não deixou de ser uma leitura animada e prazerosa, mas achei que faltou um pouquinho mais de romance. Os livros dessa série são realmente cativantes, parece que foi ontem que comecei a ler O Duque e Eu, onde Hyacinth ainda era uma menina, e agora enfim tive a oportunidade de ler sua própria história e conhecer um pouco mais sobre ela. Todos os Bridgertons são divertidíssimos e adoráveis, e o universo criado pela autora é tão agradável que faz você desejar mais e mais volumes. De todos os romances da série, acredito que o deste casal, foi o mais jovial e ousado. Pareciam dois adolescentes que não tinham nada a perder. Vale a pena conferir!

Eloise G.F



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1- O nome de Hyacinth significa Jacinto, na história se refere a flor jacinto-uva. Como tem muita gente que se preocupa em falar o nome dos personagens de forma correta- eu sou uma delas (risos)- a sua pronúncia é /ˈhaɪ.e.sɪnth’/, o th tem o mesmo som das palavras think, thing que é quando colocamos a língua atrás do dente sai um som semelhante ao “f”. Pra quem já tem uma noção de inglês fica mais fácil, qualquer coisa você pode conferir no site do Dicionário Cambridge, lá também tem como escutar a pronúncia, não só lá mas também em outros dicionários e tradutores. 


2- O livro Srta. Butterworth e o Barão Louco aparece em outros livros de outras séries da autora.  Na série Bevelstoke, por exemplo, ele é também retratado, inclusive fala-se a respeito do misteriosa autora, denominada Sarah Gorely, resultando em cenas bem divertidas. Julia Quinn utiliza muito esse recurso, de inserir pessoas, ou nesse caso objetos, em diferentes histórias, como no caso da família Smyth-Smiths que apareceu a primeira vez na obra “Minx” e  com frequência na série Bridgertons, com concertos e recitais que são verdadeiras torturas, e desde 2011 também possui sua própria série. Adoro quando autores fazem isso, interligam mesmo que de forma singela suas obras.



2 comentários

  1. Ooi! Amo a Hyacinth <3 gosto muito da personalidade ousada e como ela se expressa sem medo das respostas. Porém, infelizmente, o livro não alcançou o nível que eu esperava que alcançasse. Esperava mais também hahaha Porque assim, Hyancinth é a personagem, sabe? Sempre me surpreendeu, sempre me deixou entre risadas e batendo palmas. Gareth é maravilhoso, apesar do grande defeito (que graças a Deus ele mudou!) de ficar sempre pensando no detestável pai dele, que na verdade nem tem moral de se dizer pai de alguém. Eu compreendi, mas me irritou ele colocar o pai em prioridade na vida dele, mesmo que ele fique dizendo que não. Hyancinth apareceu para tirar essa obsessão ridícula da vida dele \o/
    Sobre o epílogo: gostei, achei engraçado e típico da Quinn rs tem gente que não curtiu, mas eu achei legal! Esperava uma história mais engraçada e ousada... Mesmo que tenha sido a com menos conflitos e mais jovial, não achei exatamente a cara da Hyancinth, sabe?
    Lady Danbury arrasa!
    Bjs

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    1. Siiim Ruhh, entendo perfeitamente seu ponto de vista. E acredito que a Hyacinth tem uma personalidade muito marcante e realmente acho que merecia algo, não sei se a palavra certa seria essa, mas algo grandioso. Senti falta de algumas coisas, mas a história tbm me satisfez em mtos outros pontos. Lady Danbury, por exemplo, foi um dos pontos que amei na história e as leituras do Barão Louco, gente que momentos engraçados!!! O romance entre os dois foi bonito mas podia ter mais hahaha quando somos fãs somos exigentes hahaha Obrigada pelo comentário! <3

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