A Culpa é das Estrelas
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
288
páginas
O
que falar desse livro: 1- ao finalizar a leitura me senti triste e devastada;
2- a narrativa de John Green é envolvente e 3- ao finalizar a leitura me senti
triste e devastada. Portanto, sim, fiquei um pouco deprê com essa leitura. No entanto, o livro não é
100% sofrimento, até porque a escrita do autor é bem leve e fluida, os
capítulos são curtos e suas personagens cativantes.
“—
Não é justo — falei. — É tudo tão injusto…
— O
mundo não é uma fábrica de realização de desejos”
“Passei
a maior parte da minha vida tentando não chorar na frente das pessoas que me
amavam, por isso sabia o que o Augustus estava fazendo. Você trinca os dentes.
Você olha para cima. Você diz a si mesmo que se eles o virem chorando, aquilo
vai magoá-los, e você não vai ser nada mais que Uma Tristeza na vida deles.
Você não deve se transformar numa mera tristeza, então não vai chorar, e você
diz tudo isso para si mesmo enquanto olha para o teto. Aí engole em seco, mesmo
que sua garganta não queira, olha para a pessoa que ama você e sorri.”
O
autor nos apresenta Hazel e Gus, dois jovens adolescentes que se conhecem em um
Grupo de Apoio, lugar onde crianças e jovens, sobreviventes ao câncer, se reúnem. Devido a doença, Hazel precisa andar com um cilindro de
oxigênio e uma cânula no nariz para conseguir respirar. Já Augustus, também
conhecido como Gus, é um jovem com osteossarcoma (um tipo de tumor ósseo
maligno primário) em remissão (segundo Google, termo utilizado na medicina para
designar a fase da doença em que não há sinais de atividade dela, mas não é
possível concluir como cura).
“Meus
pensamentos são estrelas que eu não consigo arrumar em constelações.”
“Acredito
que o universo quer ser notado. Acho que o universo é, questionavelmente,
tendencioso para a consciência, que premia a inteligência em parte porque gosta
que sua elegância seja observada. E quem sou eu, vivendo no meio da história,
para dizer ao universo que ele, ou a minha observação dele, é temporária?”
“Alguns
infinitos são maiores que outros.”
“Mas
o que nós queremos é ser notados pelo universo, fazer com que o universo dê
alguma bola para o que acontece com a gente — não a ideia coletiva de vida
senciente, mas cada um de nós, como indivíduos.”
“Todos
nessa história têm uma harmatia sólida como uma rocha: a dela, estar tão
doente; a sua, estar tão bem. Se ela estivesse melhor ou o senhor, mais doente,
então as estrelas não estariam tão terrivelmente cruzadas, mas é da natureza
das estrelas se cruzar, e nunca Shakespeare esteve tão equivocado como quando
fez Cássio declarar: “A culpa, meu caro Bruto, não é de nossas estrelas / Mas
de nós mesmos.” Fácil falar quando se é um nobre romano (ou Shakespeare!), mas
não há qualquer escassez de culpa em meio às nossas estrelas.”
Os diálogos que acontecem entre esses dois jovens são hilários, este é momento que dá equilíbrio a história e que os afasta do sofrimento que paira sobre suas vidas dia após dia. Gostei de ambos personagens, porém tive mais carinho por Hazel, gostei de sua sinceridade e transparência, da forma que ela lida com a vida, de seus pensamentos, força e amadurecimento na trama. Gus também é incrível, um personagem divertido e bem-humorado, que tem apreço pela vida e ama estar vivo. É inegável como os dois se combinam e se completam, ambos deram mais cores a vida um do outro. John Green criou personagens únicos, plausíveis, que conquistam e marcam o coração do leitor, jamais vou me esquecer desses dois.
Os diálogos que acontecem entre esses dois jovens são hilários, este é momento que dá equilíbrio a história e que os afasta do sofrimento que paira sobre suas vidas dia após dia. Gostei de ambos personagens, porém tive mais carinho por Hazel, gostei de sua sinceridade e transparência, da forma que ela lida com a vida, de seus pensamentos, força e amadurecimento na trama. Gus também é incrível, um personagem divertido e bem-humorado, que tem apreço pela vida e ama estar vivo. É inegável como os dois se combinam e se completam, ambos deram mais cores a vida um do outro. John Green criou personagens únicos, plausíveis, que conquistam e marcam o coração do leitor, jamais vou me esquecer desses dois.
“—
O.k. — falei.
— O.k. — ele disse.
Eu ri e repeti: — O.k.
Aí a linha ficou
silenciosa, mas não completamente muda. Era quase como se ele estivesse ali no
meu quarto comigo, mas de um jeito ainda melhor — como se eu não estivesse no
meu quarto e ele, não no dele, mas, em vez disso, estivéssemos juntos numa
invisível e tênue terceira dimensão até onde só podíamos ir pelo telefone.
—
O.k. — ele disse, depois do que pareceu ser uma eternidade. — Talvez o.k. venha
a ser o nosso sempre.
— O.k. — falei.”
"E
tanta coisa depende, falei para o Augustus, de um céu azul descortinado pelos
galhos das árvores. Tanta coisa depende do tubo de alimentação transparente
erupcionando das vísceras do garoto de lábios cianóticos. Tanta coisa depende
desse observador do universo. [...] ele olhou para mim e
murmurou: — E você ainda diz que não escreve poesia."
“Enquanto ele lia, me apaixonei do mesmo
jeito que alguém cai no sono: gradativamente e de repente, de uma hora para
outra.”
É um
livro que apresenta muitas mensagens para vida, muito tapa na cara e sacudida
também, afinal é uma ficção que retrata uma realidade que está bem viva e acesa
em nossa sociedade e que pode acontecer com qualquer um. Eu sinceramente não
consigo me imaginar na pele de Hazel ou Gus, foi angustiante, mas ao mesmo
tempo admirei muito a força deles e o amor que cresce e os envolve ao longo da
trama. Mas, como mencionei, independentemente do sofrimento e do fato de os personagens
terem que lidar com essa doença, a narrativa é muito bem construída e fluida,
apresenta diálogos dinâmicos, inteligentes e divertidos. É difícil escolher meu
momento preferido entre Hazel e Gus, mas confesso que amei demais as cenas que
eles debatem sobre o livro favorito de Hazel, “Uma aflição imperial”, um livro que
não possui final, pois o autor não finalizou e nunca teve interesse de revelar
o que aconteceria a trama ou ao seus personagens. Esse livro
tem uma grande importância no relacionamento dos dois.
“Meu
livro favorito era, de longe, Uma aflição imperial, mas eu não gostava de falar
dele. Às vezes, um livro enche você de um estranho fervor religioso, e você se
convence de que esse mundo despedaçado só vai se tornar inteiro de novo a menos
que, e até que, todos os seres humanos o leiam. E aí tem livros como Uma
aflição imperial, do qual você não consegue falar — livros tão especiais e
raros e seus que fazer propaganda da sua adoração por eles parece traição.”
“E,
é claro, se o senhor algum dia resolver escrever qualquer outra coisa, mesmo
que não queira publicar, eu adoraria ler. Para ser sincera, eu leria até a sua
lista de compras de supermercado.”
Contudo,
devo informar que a maioria dos elementos presentes na trama e que envolve a
vida dos dois protagonistas são fictícios como o caso da banda que Gus escuta “Heltic
Glow”, o jogo (e a série de livros baseada no jogo) “O Preço do Alvorecer” e o próprio livro “Uma aflição imperial”
escrito por um tal Peter Van Houten. No entanto, há inúmeros fan arts e até
mesmo, no caso da banda, alguns covers ou montagens de músicas feitas por fãs.
Maaas, nem tudo é ficção, eu consegui encontrar "Afasi & Filth" (a dupla sueca de hip hop que Van Houten escuta) na wikepedia e no youtube. E tem a camiseta que Hazel veste com a reprodução de um
famoso quadro surrealista do artista René Magritte, “Ceci n’est pas une pipe”
que significa “Isto não é um cachimbo”, essa obra também existe.
Este é um dos livros que separei para o Projeto #DesencalhaEstante. Eu tinha selecionado 14 livros, e decidi colocá-lo como primeiro da lista porque estava fugindo demais dele, bom, agora só falta fazer a leitura dos outros 13 -risos. Quando
falei que ia ler este livro, muitos falaram que amaram e muitos falaram que
odiaram. Bom, agora vocês sabem minha opinião, ADOREI, dei nota máxima e apesar
de não ter chorado a mesma quantidade de litros de “Como Eu Era Antes de Você”,
também foi uma leitura que, de certo modo, me deixou devastada. Achei até que ia
sofrer mais, no entanto, como é um livro muuuito comentado e que já possui
filme, vocês sabem né...Não posso negar que não ouvi uma coisinha ou outra ao longo desses anos, portanto, a reviravolta presente no livro não me surpreendeu tanto, pois já
sabia o que esperar da história. Mas fiquei extremamente satisfeita, pois mesmo
tendo ideia do desfecho, o autor me surpreendeu com a sua narrativa e escrita e
com um final lindo e tocante. Super recomendo a leitura!
“Você me deu uma eternidade dentro dos
nossos dias numerados, e sou muito grata por isso.”
Só
que agora fiquei curiosa com uma coisa: por que? Se você leu, me explique
aqui embaixo por que gostou ou por que não gostou do livro? Já que é uma
leitura que teve opiniões divergentes, gostaria muito de saber a sua opinião, ok? <3
Bjokas
da Elo!<3
Oi Eloise.
ResponderExcluirEu faço parte do time meio termo. Eu não odiei ACEDE mas também não amei. Eu amo o final, acho a carta muito bem escrita assim como os quotes que envolvem essa leitura. Uma das coisas que eu não gostei, porém. é que eu acho esse livro um tanto resumivel, sabe? Ler todo e ler as últimas 03 páginas é facultativo pois dá para entender o livro fazendo uma ou outra coisa.
Mas sabe, nesse momento estou muitooooo feliz que você tenha gostado de modo integral da obra porque me faz perceber como é o poder da literatura das pessoas amarem coisas quando outras não.
Amei sua resenha.
Beijos.
Blog: Fantástica Ficção
Sim, concordo Jess, vira e mexe também acontece isso comigo de ver uma pessoa apreciar muito algo que não gostei ou que gostei pouco, mas perceber como foi aquela experiência para aquela pessoa. Isso é bem bacana. Adorei saber suas impressões!
ExcluirBjokas!
Oi Elo, me senti exatamente igual a respeito do livro e numa dessas maratonas da vida eu li, não chorei baldes porque tomei spoiler daquela parte sabe, mas ainda sim gostei. Estou lendo Tartarugas até lá embaixo, porque depois desse achei que valia a pena ler mais J.G. fiquei muito feliz com sua resenha, porque tenho certeza que vai ajudar a várias pessoas terem a mesma atitude de ler e ter sua própria impressão. Beijos ~Elis Blog Pretenses
ResponderExcluirAh Obrigada Elis! Esse livro me surpreendeu bastante, talvez por saber sobre o que tratava a história, daí achei que não iria me surpreender e acabei me enganando. Quero muito conhecer outras obras do autor!
ExcluirBjokas!
Ei! Tudo bem?
ResponderExcluirAhhh que bom que você deu uma chance e se apaixonou por essa obra que tem um lugar muito especial em meu coração :) Gosto muito do autor e ACEDE acedeu uma chama em mim! Obrigada por ter feito essa resenha, de forma linda, você me lembrou vários momentos especiais!
Beijos!
Aaaah que lindo, estou muito feliz com seu comentário. Esse livro é lindo e fico agora pensando por que demorei tanto para ler. Feliz que a resenha tenha lhe trazido ótimas lembranças!
ExcluirBjokas!
Oi, Eloise!
ResponderExcluirQue bom que a leitura fluiu dessa forma para você e mexeu com suas emoções.
Eu fico no time dos que não curtiu tanto assim. Eu gostei da forma como o autor falou sobre um tema tão difícil e pesado, de forma leve e sutil. Mas eu achei que muitas partes da história me deixou com a sensação de inacabada e isso desagradou um pouco.
Sua resenha ficou ótima, adorei!
bjs
Fê
Oi Fê, adorei saber tuas impressões. Eu até gostei do fato da leitura ser mais sucinta, mas super entendo seu ponto de vista. Muito obrigada!
ExcluirBjokas!
Olá na época em que eu li esse livro ele me emocionou a forma que o autor trás dois personagens com uma doença terminal ele me fez pensar muito. Sendo o primeiro livro com adolecentes com doença que li me cativou e foi por isso que eu gostei tanto do livro
ResponderExcluirOi Larissa, exatamente, é um livro que mexe com as emoções e nos faz refletir. Adorei demais a escrita do autor. Bjokas!!!!
ExcluirOlá! Faz um tempão que li esse livro e revivi todas as emoções que senti durante a leitura com a sua resenha. Concordo que ele devasta, mas ele foi muito além do que eu esperava, principalmente entre a relação divertida entre Gus e Hazel. Olha, não sou muito fácil para chorar, mas esse livro me deixou com um nozão na garganta :( já assistiu o filme? Apesar de algumas mudanças inevitáveis, achei ele incrível. Adorei a sua resenha! Faço parte do grupo que adora o livro. Beijos.
ResponderExcluirhttp://www.abducaoliteraria.com.br
Oi Gisele, aaah fico tão feliz em saber que a resenha lhe trouxe emoções de quando você fez a leitura. Eu também me surpreendi bastante, principalmente por ser um assunto tão difícil e o autor conseguiu, como você mesma mencionou, trazer momentos leves e divertidos. Nossa me apaixonei. Assisti o filme sim e gostei bastante! Muito obrigada sua linda! Bjokas!
ExcluirOlá, Eloise!
ResponderExcluirSou do time que gostou muito do livro, chorei bastante, mas assim como você, chorei mais lendo Como eu era antes de Você. Quando fiz a leitura, não tinha pegado nenhum spoiler, então me surpreendi com o desfecho da história do Gus e da Hazel, e ela é realmente uma garota forte pela maneira como encara a barra que está fada a suportar.
Beijo ;*
Oi Caline,
ExcluirTambém fiquei encantada com a Hazel e com o Gus, mas a Hazel me conquistou ainda mais, devido a sua garra e força. É um livro que emociona e mexe com a gente. Adorei saber tuas impressões!
Bjokas!
Fiquei encantada com sua emoção! Amo esse livro e não sabia da arte do cachimbo!!! Amei hahahaha
ResponderExcluirÉ uma obra pra ser lida muitas vezes, ser discutida e ser sempre lembrada, muito profunda e emocionante mesmo! Que bom que gostou tb!!!
osenhordoslivrosblog.wordpress.com
Obrigada Vivi,
ExcluirEsse livro mexeu comigo, fiquei feliz de finalmente ter lido e ter apreciado tanto. E siiim, é uma obra para ser lida e relida.
Bjokas!