[Resenha] Nove Regras a Ignorar Antes de Se Apaixonar

Nove Regras a Ignorar Antes de Se Apaixonar

Autor: Sarah MacLean

Editora: Arqueiro

384 páginas

Sabe aquele livro apaixonante, onde tudo é disposto na dose certa? É sobre esse livro que irei falar hoje! O romance de Sarah Maclean é recheado de risos e muitos suspiros, ela não te dá tempo para tomar fôlego, pois sua trama é do tipo que você anseia pela próxima página. Foi o meu primeiro contato com a autora e fiquei tão encantada que ouso em dizer que ela pode se tornar – depois da Quinn claro, porque acho muito difícil alguém ocupar o topo dela- uma das minhas autoras de romance de época favoritas. E como vocês podem ver iniciei, desta vez, a resenha falando da minha opinião sobre esse livro de tão extasiada que fiquei com essa leitura.

O romance inicia com uma página cujo o título é referente ao nome do livro: “Nove Regras a Ignorar Antes de Se Apaixonar”, e abaixo do título consta uma lista, obviamente, com nove itens. Ao analisar a lista de perto percebe-se que são tópicos bem ousados, principalmente se a pessoa que propôs e escreveu a tal lista for uma dama do século XIX.

Nove regras a ignorar antes de se apaixonar

1. Beijar alguém… apaixonadamente

2. Fumar charuto e beber uísque 

3. Montar com as pernas abertas 

4. Esgrimir 

5. Assistir a um duelo 

6. Disparar uma pistola 

7. Jogar (em um clube para cavalheiros) 

8. Dançar todas as danças de um baile 

9. Ser considerada linda. Pelo menos uma vez.

“Sim, ser eu. Uma solteirona velha com uma recém-descoberta atração pela ruína de sua reputação. “

“Como seria estar no lugar de uma mulher assim? Uma mulher cuja beleza ímpar fosse recompensada com o amor do maior herói de seu tempo? Como seria acolher um homem como aquele em seu coração? Em sua vida? Em sua cama? Um sorriso brincou nos lábios de Callie enquanto o pensamento malicioso passava por sua cabeça. Ó, Ulisses.”

Com um nome um tanto excêntrico, Calpúrnia Hartwell, também conhecida como Callie, não é uma jovem cuja beleza se destaca na sociedade, porém ela sempre fez tudo correto e é um exemplo de dama com sua educação, etiqueta e comportamento. Contudo, passa-se dez anos após sua primeira temporada e nada da jovem encontrar um pretendente digno. Sendo assim, aos 28 anos Callie joga a toalha e decide não se preocupar mais com sua reputação, afinal já perdera a esperança de encontrar o seu príncipe encantado. Decide, então, criar uma lista ousada com nove regras sociais que deseja quebrar, sendo a maioria delas jamais praticadas por uma mulher. A primeira escolha ou desafio de Calpúrnia se denomina Gabriel St. John, o marquês de Ralston, homem que ela sonhara desde seu encontro em sua primeira temporada. E já que sua lista se refere a quebrar regras, nada melhor do que escolher o homem mais lindo, encantador e libertino de Londres.

“[...] não posso jogar pelas mesmas regras.

-Porque não?

-Porque sou mulher. Não posso simplesmente evitar os bailes, os jantares, os chás, as provas de roupas.” 

“-[...] A aventura faz valer a pena a experiência decepcionante.

-Não me agrada esse gosto que você desenvolveu pela aventura, irmã.

-Acho que não posso garantir que vou perde-lo tão cedo. É uma pena que as mulheres não possam nem provar as experiências às quais os homens não dão valor. Vocês têm realmente muita sorte.” 

O que posso dizer sobre esse romance? A história já te ganha na primeira página. Calpúrnia se tornou uma das minhas personagens femininas favoritas, ela é engraçadíssima, sonhadora, determinada e muito verdadeira. E apesar da parte cômica, acho interessante como o romance retrata a dificuldade que é ser mulher nessa época, as obrigações que Callie tem que fazer, que pela etiqueta e educação não pode recusar, e no caso dela, ainda há os olhares de pena por ser uma solteirona, afinal ela vem de uma família que tem dinheiro, mas mesmo assim não conseguiu segurar um bom partido. Por isso a lista se torna algo tão importante para ela, Calpúrnia enxerga naquelas nove regras a oportunidade de fazer algo diferente em sua vida, algo que ela quisesse e não que as pessoas determinassem.

“Mas, por mais que a lista fosse um exercício de imaginação, Callie sabia que era mais que isso. Era uma chance de enfim ser honesta consigo mesma. De escrever as coisas que mais desesperadamente gostaria de experimentar. As coisas que nunca admitiria para ninguém – nem para si mesma.” 

“Passei 28 anos fazendo o que todos à minha volta esperavam que eu fizesse... sendo o que todos esperavam que eu fosse. E é horrível ser a visão de outra pessoa a seu respeito. ” 

“Sou invisível. Então por que não parar de ser uma bobona tão covarde e começar a experimentar todas as coisas que sempre sonhei em fazer? Por que não ir a tabernas e beber uísque e esgrimir? Essas coisas foram muito mais interessantes do que os detestáveis chás e bailes e bordados com os quais tradicionalmente ocupei o tempo. – Ela o fitou nos olhos de novo. – Isso faz sentido?”

“ [...] as nossas vidas são às claras. Podemos estar sozinhas em um aposento, isoladas dos homens, mas eles são donos das casas nas quais nos reunimos, já estiveram nos aposentos em que nos enclausuramos. Sempre há a possibilidade de que possam entrar, então nos dedicamos a bordar ou a fofocar e nunca nos permitimos dizer ou fazer muita coisa que ultrapasse os limites do decoro, por medo de que possam ver.”

“É diferente para os homens. Eles têm esses locais secretos… tabernas, clubes esportivos e clubes para cavalheiros onde podem fazer, sentir e experimentar qualquer coisa que quiserem. Longe dos olhares bisbilhoteiros das mulheres. [...] – Por que devem ser os únicos com esse tipo de liberdade? Por que acha que fiz a lista? Quero experimentar essa sensação. Quero ver esse lugar secreto, esse santuário onde os homens realmente podem ser homens. ” 

Gabriel St. John é, de fato, um homem de arrancar suspiros e com certeza um dos maiores libertinos de todos os romances de época. Acredito que ele se impressione com a ousadia de Callie, ela não é a jovem que chamaria sua atenção de cara, porém suas atitudes, sinceridade e determinação lhe despertam um grande interesse. A história entre os dois fica cada vez mais interessante e envolvente ao longo da trama.

“Admito que parece mais intrigante do que já imaginei, milady, e a curiosidade é a centelha do desejo.” 

“Homens como ele não eram para mulheres como Callie. No mínimo, ela aprendera isso na noite anterior. O marquês de Ralston era todo escuridão, excitação e aventura...”

“Era um retrato de contradições, toda cheia de inocência ardente, formalidade aventureira e exploração tímida. A combinação embriagante era o suficiente para fascinar até o cínico mais empedernido – e ele estava, sem dúvida, fascinado.” 

“A pior infelicidade viria não do fato de não o ter, mas de não o ter por inteiro.”

“O amor não é unilateral e egoísta. É pleno e generoso, e modifica a vida da melhor maneira possível. O amor não destrói, Gabriel. Ele cria. “

Outro ponto que amei na trama foi a expectativa em saber como Callie iria quebrar a próxima regra. Todas as cenas foram muito divertidas, acredito que não teve um momento desse livro que eu não estivera esboçando um sorriso no rosto. Se você ainda não conhece essa obra da Sarah MacLean não deixe de conferir, corre para ler, não sei porque eu demorei tanto assim. Esse livro é o primeiro volume Os Números do Amor que é uma trilogia, todos já publicados pela Editora Arqueiro. Se você quer um romance lindo, divertido e muito sensual, esse sim é uma ótima escolha. Super recomendo!

Eloise G.F