Os
Mistérios de Sir Richard
Autora:
Julia Quinn
Editora:
Arqueiro
280 páginas
*Esta
resenha não possui spoilers deste livro ou dos volumes anteriores.*
O
quarto e último livro da série nos traz a história e romance de Iris
Smythe-Smith e o enigmático Sir Richard Kenworthy. Iris é uma das integrantes
do terrível quarteto que afronta os ouvidos da sociedade londrina, contudo,
diante de suas primas e irmãs, Iris está longe de ser um desastre, na verdade
ela é a única que toca alguma coisa digna, porém em meio a tanta desafinação é
quase impossível perceber a habilidade da moça. Na verdade, é quase impossível notá-la,
pois ela não é o tipo de garota que se destaca. Com a pele muito pálida, cabelos
claros e jeito discreto, Iris acaba não chamando muito a atenção dos rapazes.
“Richard olhou para o programa com uma
expressão de horror. Ele não era músico, mas, sem dúvida, as Smythe-Smith
deveriam saber que o que estavam fazendo... que o pretenso recital... Era uma
verdadeira afronta a dignidade humana. ”
“Tão habilidosas...-cantarolava a mãe de
Iris, ano após ano. –Tão serenas...
‘Tão cega’...era a resposta que Iris
guardava para si mesma. ‘Tão surda’...”
No
entanto, ela é a jovem que chama a atenção do charmoso Sir. Richard, um homem
que está - desesperadamente- à procura de uma esposa . Richard vai ao recital da família Smythe-Smith e não
consegue tirar os olhos de Iris. Assim que finaliza a apresentação o misterioso
mocinho não poupa tempo e pede ao seu amigo Winston Bevelstoke para lhe
apresentar a dama. Iris fica bastante surpresa com a corte de Sir Richard, porém
sendo a jovem sensata e observadora que é, percebe que algo deve estar errado.
Tudo ocorre rápido demais e Iris desconfia que Sir Richard pode estar lhe
escondendo algo.
“Iris engoliu em seco. Ele a encarava
com uma intensidade desconcertante. Seus olhos eram escuros, quase negros, e
pela primeira vez na vida ela entendeu o que significava poder se afogar nos
olhos de outra pessoa.”
“Ela gostava de sir Richard, embora
ainda não confiasse nele. Havia algo muito estranho, inesperado, na atenção que
lhe dirigia. Ele tinha claramente pedido para ser apresentado a ela no recital;
Iris não conseguia lembrar quando fora a última vez que isso acontecera. ”
“Ela não conseguia raciocinar. Como
poderia, se Richard a olhava como se os dois fossem as duas almas vivas na
Terra? Seus olhos negros eram calorosos – não, na verdade eram ardentes – e a
fizeram desejar se fundir nele, jogar para o alto tudo o que conhecia,
abandonar todo o seu bom senso. ”
Eu
gostei muito da interação entre Iris e Richard no início da história, mesmo
sabendo que ele escondia algo muito sério. O livro já inicia com o delicioso
toque de humor presente nas obras da autora, com diálogos fluidos e divertidos.
Um ponto que adorei foram as referências que a autora fez a Jane Austen, onde
personagens do romance, inclusive Iris, estão lendo ou leram suas obras.
“De acordo com aquele livro que sua irmã
já lera mais de vinte vezes, é uma verdade universalmente aceita que um homem
solteiro, possuidor de boa fortuna, necessita de uma esposa. ”
“-O que você está lendo? - perguntou
ela, esticando o pescoço para Iris.
-Orgulho e Preconceito. ”
Não
vou mentir que me surpreendi bastante com Iris. Ela está presente desde o
primeiro volume da série participando dos tenebrosos e já conhecidos recitais
da família ao lado de suas primas e irmã, porém de todas as mocinhas ela é a
que eu realmente menos notava e digo isso diante da personalidade dela, por ser
uma jovem mais reservada e quieta. De fato, ela é uma exímia observadora e
prefere se calar a discutir uma coisa que sabe que não vale a pena naquele
momento. Porém, não se enganem, Iris é uma personagem que apresenta tanto
atributos de uma jovem graciosa e educada, como de uma jovem forte e
determinada. Infelizmente, essa mocinha enfrenta um problema gigantesco- que na
minha opinião, acaba sendo um dos piores conflitos enfrentados pelas mocinhas
dos livros da autora até então.
“Iris Smythe-Smith não deslizava pelos
salões, algo que tantas moças eram treinadas a fazer: andava com um rumo e um propósito.
”
“-Sabe o que vi no recital? - perguntou
ele, com a voz suave. [...]
-Vi uma jovem dama que se escondia atrás
de um violoncelo. Uma jovem que sabia tocá-lo de verdade. ”
Outro
ponto que amei é que a autora desenvolveu muito bem a parte do mistério, eu nem
imaginava o que poderia ser e quando revelou eu fiquei CHOCADA, estava
esperando tudo menos aquilo. No entanto, o que mais me alarmou e magoou foram
as atitudes de Richard diante do problema e a forma que ele envolveu Iris
naquela situação.
Como
já mencionei em outras resenhas sobre os romances de JQ, uma das coisas que
mais admiro na autora é justamente a forma singular que ela aborda cada
romance. Até então, li histórias diferentes e únicas com personagens plausíveis
e uma leitura agradável e divertida. O quarto volume da série Smythe-Smith não
está fora dessa lista, é um livro com uma história muito bem construída que
mexe com nossas emoções, porém devo admitir que estava com uma expectativa
maior sobre essa leitura, principalmente por ser o último volume da série.
“Richard a beijara como se ela fosse a
luz, o calor, o arco-íris, tudo ao mesmo tempo. Ele a beijara como se o sol
brilhasse como um só raio de luz, apenas sobre eles, apenas para eles. ”
Bom,
não posso dizer que gostei do mocinho, pois NÃO gostei dele. No início do
romance Richard até conseguiu me conquistar, mas depois o achei um homem muito
complicado e extremamente egoísta. Em minha opinião, Iris merecia alguém
melhor. Mas o que mais me incomodou foi o desfecho do livro. Achei que tudo foi
esclarecido rápido demais. O conflito do romance era muito complexo para ter um
desfecho tão corrido. Outro ponto que senti falta, foi a interação de outros
personagens, no início da história Iris está cercada por familiares e chega a
ter uma breve participação de Sarah, mas depois a mocinha lida com tudo de uma
forma muito isolada e solitária, achei bem triste.
Mais
uma vez a autora interligou algumas de suas histórias e acho isso extremamente
divertido. Adorei rever Winston Bevelstoke da série The Bevelstoke (apesar de ser
da família, Winston não apresenta um livro dedicado para ele nessa série- tadinho-,
não entendi muito o porquê, mas achei legal a autora inseri-lo nessa história
como amigo de Sir Richard). E finalmente vi o outro lado da peça “A pastorinha,
o unicórnio e Henrique VIII” encenada pelas irmãs Harriet, Elizabeth e Frances
Smythe-Smith. Essa peça também aparece no sétimo volume de Os Bridgertons (UmBeijo Inesquecível), e eu imaginava que em algum desses quatro volumes iria
aparecer essa cena, achei muito divertido. E claro, o livro de Sarah Gorely
também está presente, mas desta vez Iris lê outro título da autora: “Miss Truesdule
e o Cavalheiro Silencioso”.
É
muito triste terminar uma série da Julia Quinn, me divirto horrores com os
livros dela e apreciei cada página dessas novas leituras. Adorei ter conhecido
um pouco mais dessa enorme família desafinada que são os Smythe-Smith.
Recomendo!!!!
Eloise G.F
Leia também as resenhas dos outros livros da série:
Oii Eloise.
ResponderExcluirEu amei essa resenha. Ainda não li os últimos volumes do quarteto ficando apenas com a leitura do primeiro. É um livro que me chama atenção contudo e espero ler em breve. Os diálogos divertidos e fluidos de Julia Quinn sempre me chamam atenção.
Beijos.
Fantástica Ficção
Oi Jessica!
ExcluirLeia sim, essa série é realmente muito boa. Julia Quinn tem uma narrativa muito divertida não é mesmo! Quando ler não deixe de me dizer o que achou!
Bjussss!
Oii!!
ResponderExcluirVocê me deixou muito curiosa com essa resenha, moça. Estou "me coçando" para saber esse tal segredo rsrs. Pena que o mocinho não te agradou, provavelmente, terei a mesma opinião, mas ainda assim, espero gostar da história.
Não sei quando farei a leitura dessa série, você sabe sou a eterna atrasada com os livros da Julia kkkk
Como sempre, uma resenha mais que bem escrita.
Bj!
https://bloghistoriasliterarias.blogspot.com.br
Oiiii Cailes,
ExcluirEu fico muito feliz em saber que despertei esse interesse e curiosidade. É uma leitura que vale a pena sim, não sei se você irá gostar de Richard, pois ele é um mocinho bem complicado hahaha
Maaaas termine Os Bridgertons primeiro senhorita XDXDXD
Muito Obrigada pelo carinho!!!
Bjokas linda!!!
<3