A Soma de Todos Os Beijos
Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
272
páginas
*Esta resenha não possui spoilers deste livro ou dos volumes anteriores.*
O
terceiro romance da série Smythe- Smith retrata a história da dramática Lady Sarah
Pleinsworth e do sério Lorde Hugh Prentice. Ambos não se dão nada bem, mas o destino que, por
incrível que pareça possui um nome: Honoria Smythe-Smith, resolve tramar contra
os dois. Tanto Sarah quanto Hugh terão que se aturar durante todo o evento de casamentos da família Smythe-Smith
(o primeiro será de Honoria e Marcus e o segundo de Daniel e Anne). Isso porque
Sarah foi incumbida a acompanhar Hugh nas festas, até porque ele tem um sério
problema na perna e não pode dançar ou fazer muitos esforços, o limitando a
participar de várias atividades.
“[...]
não são os erros que cometemos que revelam nosso caráter, mas o que fazemos
para corrigi-los. ” – pg. 33
Sarah tem ótimos motivos para detestar
Hugh,
afinal ele duelou com seu primo e foi o motivo de Daniel ter que se ausentar do
país. Contudo, essa não é a única razão de Sarah detestá-lo, afinal com Daniel
distante, tanto ela como Honoria (irmã de Daniel) não puderam participar da
primeira temporada de bailes, e foi justamente
nessa temporada que muitos partidos ficaram noivos. Afinal não é todo dia
que “quatorze casais” decidem se
casar né. Portanto, Sarah culpa Hugh de estar solteira, pois ela acredita
piamente que a vida dela poderia ter sido diferente se ela tivesse conseguido
ir nos bailes “dessa” temporada.
“Durante
todo esse tempo, me culpou por sua condição de solteira. Já lhe ocorreu
procurar o culpado em algum lugar mais perto de casa? ” –pg. 67
Lembrando
que o desespero de Sarah em se casar se atribui ao fato dela ainda permanecer
no quarteto Smythe-Smith, algo que ela detesta e morre de vergonha de fazer.
Afinal todos os anos há o recital da família, onde irmãs e primas tocam seus instrumentos
de forma bem desafinada. O quarteto é composto por mulheres e as integrantes só
deixam o grupo quando estiverem casadas. Portanto, é compreensível a aflição de Lady
Sarah em querer se casar logo e a razão de todo o ódio que ela possui por Hugh
Prentice.
“Quando
a alternativa é desespero, geralmente prefiro o humor. Mesmo que precise fazer
piada com algo trágico. ” – pg. 65
“[...] e da próxima vez que se sentir tão prejudicada, a senhorita, que nem mesmo carrega o sobrenome de lorde Winstead, deveria se lembrar de que uma das vidas que arruinei foi a minha própria. ”- pg. 55
Mas,
o duelo não prejudicou apenas a vida de Sarah, como também a do próprio Hugh. Ele
acabou ficando aleijado (ou coxo como ele prefere descrever), o
impossibilitando de fazer inúmeras atividades, como caçar ou dançar por
exemplo. O que mais importa, em meio a todos os problemas e olhares enfrentados
por Prentice, é consertar os erros e danos que afligiram Daniel devido ao duelo. Porém, mesmo tendo conseguido ajudar a restaurar a vida do amigo, ele ainda sente as
dores e culpa do passado. Hugh é o tipo de personagem fechado e solitário,
porém tem um grande coração. Além disso, ele é excelente com números e exímio
jogador de cartas. E apesar de Sarah não querer, de princípio, enxergar as
qualidades de Hugh (e vice-versa), aos poucos os dois vão se conhecendo e se compreendendo,
e o amor que cresce entre eles acaba se tornando lindo e admirável.
“Algo
parecido como admiração começou a vibrar dentro dela. Lorde Hugh continuava
rude e irritante, e ela não gostava da companhia dele, mas pela primeira vez
desde aquele fatídico duelo, três anos e meio antes, Sarah percebeu que o admirava.
”- pg. 105
“Sarah
não se perguntou mais por que ele não sorria com muita frequência. Em vez
disso, passou a se admirar por ele ainda sorrir. ”- pg. 153
Mais
uma vez Julia Quinn nos encanta com uma obra adorável, divertida e romântica. A
narrativa é fluida, leve e agradável, o tipo de leitura que você inicia e não quer que
acabe. O casal principal não apresenta apenas química entre eles, mas também um
sentimento de amizade, admiração e respeito, que foi justamente um dos pontos que senti
falta no livro anterior. Concordo que havia amor, carinho e química entre
Daniel e Anne, mas faltou um jogo de flerte e momentos divertidos que são
presentes nas obras da autora (e que me agradam). No entanto, o que eu quero
dizer é que posso ficar horas lendo um diálogo entre Sarah e Hugh sem me cansar,
e isso porque eles são o tipo de casal que te faz suspirar e sorrir feito boba
(o). É incrível e lindo a admiração que um tem pelo outro.
“Então a beijou uma última vez, verdadeira e profundamente, esperando que ela entendesse o que isso significava: que ele estava lhe oferecendo a própria alma. ” –pg.180
Porém, assim como outras obras da autora, a história
não aborda apenas o romance em si, mas também os problemas enfrentados por Hugh,
não só referentes ao duelo, mas sobre sua infância e relação com seu pai, Lorde
Ramsgate. Eu adoro quando a autora faz isso pois deixa seus personagens mais
verdadeiros, mais humanos. (Não é a primeira vez que Quinn aborda um pai
perverso, mas garanto que esse cara me deixou realmente com raiva).
Falando
em deixar a história mais verdadeira, Julia Quinn, em seu site, explicou a
forma que ela desenvolve seus romances e personagens. Quando ela desenvolve os
personagens ela precisa compreender toda a estrutura familiar, a ordem que
nasceram, quem tem irmã ou irmão. E no caso da família Smythe-Smith que é bem
grande, ela teve que separá-los em oito núcleos. E para fazer isso ela acabou recriando
dezenove vezes o quarteto Smythe-Smith. Acho isso fascinante e admiro os
autores que se preocupam realmente com os detalhes no desenvolvimento de suas
histórias. Como havia explicado anteriormente (em outros posts e resenhas) a
autora gosta de compartilhar o universo de seus livros e nesse volume é
mencionado o personagem Gareth St. Clair (mocinho do vol. 7 da série Os
Bridgertons: Um Beijo Inesquecível) só que nessa fase da história ele ainda está solteiro. Há também a presença de dois personagens da autora Eloisa James, o
Duque de Kinross e Lady Edith Gilchrist (na verdade eles também são apenas mencionados)
que são convidados para o casamento de Marcus e Honoria. E claro, mais uma vez
temos a presença do livro dentro do livro mais divertido e emocionante que
existe, Miss Butterworth e o Barão Louco que é lido, dessa vez, por Sarah.
“-Não
vou arruinar a sua reputação [...]
-Isso
significa que pretende arruiná-la de outra maneira?
-Adoraria
fazer isso. Mas não chamaria de arruinar. Ruína é o que acontece com uma
reputação, não o que acontece entre um homem e uma mulher. Ou, pelo menos –
acrescentou, abaixando sensualmente a voz- não o que acontece entre nós."- trechos da pg.
183 <3
Para
mim não há nada mais divertido e romântico do que um casal que se odeia e passa
a se amar ao longo de uma trama. E Julia Quinn faz isso com maestria. Sarah e
Hugh se tornaram um dos meus casais favoritos da autora. Super recomendo!!!
Eu aqui de novo rsrs
ResponderExcluirA cada resenha sua que leio, só fico mais curiosa sobre a série!
É perceptível sua empolgação com a leitura desse volume e isso é transposto para quem lê, assim, esse dentre os três livros da série é o que mais estou com vontade de ler!
Também adoro os casais que não "se bicam" inicialmente, mas que ao decorrer do tempo começar a se conhecer e amar ♥
Lembro bem desse "pai" que mencionou, o detestei quando li a obra, mesmo ele não sendo o personagem que mais odiei, esse posto fica para a madrasta da Sophie, em Um Perfeito Cavalheiro, que mulherzinha infeliz!
Adorei a resenha! Como sempre ;-)
Beijão!
http://bloghistoriasliterarias.blogspot.com.br/
Ei Cailes!
ExcluirSiiim esse livro é maravilhoso!!!! E pra você que também curte casais desse tipo acredito que irá amar!!!!
Julia Quinn consegue criar uns vilõezinhos irritantes não é mesmo hahaha mas o que seria da trama sem eles, e nesse volume tem mais um pai repugnante.
Eu, definitivamente, amei o romance desse livro, queria continuar lendo e que não acabasse de tão bom!
Obrigada pelo comentário!!!! <3
Bjusss!!!